. . que percebemos o quanto estamos distantes, enquanto país e cidadãos, do que se considera "desenvolvido".
Três momentos nos chamaram a atenção nessa última semana. . . pequenos e simples mas com imenso significado.
Flores . . .
Hamilton, NZ... estávamos pedalando num final de tarde quando vimos uma pessoa que estava praticando corrida na calçada parar. Ela virou, como se fosse entrar em uma casa, mas desviou e foi até o muro. Parou o exercício para simplesmente cheirar uma rosa. Depois, voltou a correr . . .
. . . o fato pode até parecer "piegas", mas esse episódio nos lembrou nossa casa em Bento Gonçalves, RS, Brasil... tínhamos uma planta na grade da frente da casa que emitia longos ramos após o término do inverno... o fato é que todos os ramos que avançavam através da grade em direção a calçada não duravam muito... certamente cada um que passava por lá tinha um ótimo motivo para quebrar um ramo...
Hamilton esta florida desde o inicio da primavera... as mais diversas flores, cores e épocas de florescimento... agora parece ser a vez das rosas, imensas trepadeiras que caem sobre pérgolas, muros... ou simplesmente nos jardins sem muros ou grade... e ninguém quebra, rouba uma mudinha ou destrói... esta la, para todos que quiserem apreciar sua beleza... e seguem dando cor e vida a cidade.
Ciclovias, estacionamento de bikes . . .
Sábado pela manhã, o Felipe saiu de carro e eu queria ir ao centro da cidade. Exatamente naquele horário não havia ônibus (que os kiwis reclamam da qualidade, mas que é superior a qualquer lugar do Brasil que eu já tenha morado) e decidi ir de bike. Aqui perto de casa, em Claudelands, estava acontecendo uma "Gipsy Fair", onde obviamente resolvi parar... esse espaço é fantástico, formado por um Centro de eventos, imenso gramado, playground e um Centro de Atendimento ao Imigrante... não foi difícil encontrar vários lugares para deixar a bike - em completa segurança!
Hamilton ainda é deficiente em ciclovias (para o padrão europeu), mas até hoje não tivemos problemas de locomoção... em alguns lugares onde não há ciclovias acabamos usando as calçadas, que são bastante largas e uniformes, digo - sem um buraco sequer! Esses espaços são comumente usados por idosos em carrinhos elétricos... ah, claro... existe rebaixamento em todas as calçadas, o que permite o acesso a praticamente todos os lugares.
Bem voltando ao meu pedal... cruzei o rio, empurrando a bike - porque aqui o espaço deve ser dividido entre transeuntes, bikes e os tais carrinhos - e pude ver pelo menos uns quatro barcos a remo... detalhes da vida coletiva que passam despercebido quando estamos dentro de um carro, com vidros fechados, ar condicionado e radio ligados...
...obviamente, no centro da cidade, pude escolher onde deixar minha bike - de novo em completa segurança!
Crianças na faixa de pedestre . . .
Para fechar o post. Sábado após o almoço, estávamos indo para uma palestra. Aqui em Hamilton, a prioridade no tráfego é dos veículos, exceto quando tem faixa de pedestre. Estávamos descendo a rua e olhávamos para frente; na calçada, duas pequenas crianças - de aproximadamente 5 anos - com seus patinetes, esperavam. O carro da frente parou, o carro que vinha na direção contrária parou. Nós paramos. As crianças ficaram olhando, avaliando. O tempo passava, mas nenhum dos carros se moveu. As crianças, ainda decidindo se atravessavam a rua ou não. Então, o motorista do carro que estava vindo se decidiu... no meio da avenida, ele saiu do carro e foi ajudar as crianças a atravessar. Não precisou, pois o pai delas chegou logo depois.
Nem tudo são flores, claro, mas será tão difícil assim mudarmos o nosso país e as nossas atitudes?
Abraços Kiwis,
Felipe e Lucimara
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