domingo, 24 de novembro de 2013

É nos pequenos detalhes . . .

. . que percebemos o quanto estamos distantes, enquanto país e cidadãos, do que se considera "desenvolvido".

Três momentos nos chamaram a atenção nessa última semana. . . pequenos e simples mas com imenso significado.


Flores . . .
Hamilton, NZ... estávamos pedalando num final de tarde quando vimos uma pessoa que estava praticando corrida na calçada parar. Ela virou, como se fosse entrar em uma casa, mas desviou e foi até o muro. Parou o exercício para simplesmente cheirar uma rosa. Depois, voltou a correr . . .

. . . o fato pode até parecer "piegas", mas esse episódio nos lembrou nossa casa em Bento Gonçalves, RS, Brasil... tínhamos uma planta na grade da frente da casa que emitia longos ramos após o término do inverno... o fato é que todos os ramos que avançavam através da grade em direção a calçada não duravam muito... certamente cada um que passava por lá tinha um ótimo motivo para quebrar um ramo...

Hamilton esta florida desde o inicio da primavera... as mais diversas flores, cores e épocas de florescimento... agora parece ser a vez das rosas, imensas trepadeiras que caem sobre pérgolas, muros... ou simplesmente nos jardins sem muros ou grade... e ninguém quebra, rouba uma mudinha ou destrói... esta la, para todos que quiserem apreciar sua beleza... e seguem dando cor e vida a cidade.


Ciclovias, estacionamento de bikes . . .

Sábado pela manhã, o Felipe saiu de carro e eu queria ir ao centro da cidade. Exatamente naquele horário não havia ônibus (que os kiwis reclamam da qualidade, mas que é superior a qualquer lugar do Brasil que eu já tenha morado) e decidi ir de bike. Aqui perto de casa, em Claudelands, estava acontecendo uma "Gipsy Fair", onde obviamente resolvi parar... esse espaço é fantástico, formado por um Centro de eventos, imenso gramado, playground e um Centro de Atendimento ao Imigrante... não foi difícil encontrar vários lugares para deixar a bike - em completa segurança!

Hamilton ainda é deficiente em ciclovias (para o padrão europeu), mas até hoje não tivemos problemas de locomoção... em alguns lugares onde não há ciclovias acabamos usando as calçadas, que são bastante largas e uniformes, digo - sem um buraco sequer! Esses espaços são comumente usados por idosos em carrinhos elétricos... ah, claro... existe rebaixamento em todas as calçadas, o que permite o acesso a praticamente todos os lugares.

Bem voltando ao meu pedal... cruzei o rio, empurrando a bike - porque aqui o espaço deve ser dividido entre transeuntes, bikes e os tais carrinhos  - e pude ver pelo menos uns quatro barcos a remo... detalhes da vida coletiva que passam despercebido quando estamos dentro de um carro, com vidros fechados, ar condicionado e radio ligados...

...obviamente, no centro da cidade, pude escolher onde deixar minha bike - de novo em completa segurança!


Crianças na faixa de pedestre . . .

Para fechar o post. Sábado após o almoço, estávamos indo para uma palestra. Aqui em Hamilton, a prioridade no tráfego é dos veículos, exceto quando tem faixa de pedestre. Estávamos descendo a rua e olhávamos para frente; na calçada, duas pequenas crianças - de aproximadamente 5 anos - com seus patinetes, esperavam. O carro da frente parou, o carro que vinha na direção contrária parou. Nós paramos. As crianças ficaram olhando, avaliando. O tempo passava, mas nenhum dos carros se moveu. As crianças, ainda decidindo se atravessavam a rua ou não. Então, o motorista do carro que estava vindo se decidiu... no meio da avenida, ele saiu do carro e foi ajudar as crianças a atravessar. Não precisou, pois o pai delas chegou logo depois.

Nem tudo são flores, claro, mas será tão difícil assim mudarmos o nosso país e as nossas atitudes?


Abraços Kiwis,

Felipe e Lucimara




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Waikato River em Hamilton

Hoje deu saudade do Brasil . . . Do Brasil em que gostaríamos de viver com nossa família, nossos amigos. . .

E com qualidade de vida padrão primeiro mundo !

Não vamos falar da saúde, nem da aposentadoria, nem da educação que a gente gostaria de ter no Brasil. Até porque aqui na Nova Zelândia eles também reclamam, mesmo estando entre os 10 melhores países para se viver segundo o ranking de IDH das Nações Unidas.

Vamos falar sobre qualidade de vida nas cidades - e falar um pouquinho de Hamilton.

Hamilton (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hamilton_(Nova_Zel%C3%A2ndia)) é a maior cidade do interior da Nova Zelândia. Se considerarmos as grandes cidades do litoral (Auckland, Wellington, Christchurch, Dunedin e outras), ela é a 4ª maior em área urbana e a 7ª maior em população com aproximadamente 185.000 habitantes.

Olhando no Google maps (https://maps.google.com.br/maps?q=hamilton+new+zealand), dá prá ver a cidade cercada de verde - Hamilton se tornou o que é por dois motivos: por estar localizada em uma região de terras férteis (que foram tomadas à força dos Maoris pelos ingleses, mas isso é uma longa história . . . ) e por ser um dos pontos mais extremos para navegação no rio Waikato, o maior da Nova Zelândia.

Afastando um pouco no Google Maps, dá para ver o Mar da Tasmânia a oeste, o Oceano Pacífico a leste e a Baía de Thames ao norte. Dá para ver Auckland (a maior cidade da Nova Zelândia) ao norte e Wellington, a capital do país, mais ao sul. Dá também para ver o lago Taupo, bem perto do Monte Ruapehu, onde nasce o rio Waikato.

Pois é sobre o Waikato River (http://en.wikipedia.org/wiki/Waikato_River) e sobre qualidade de vida que vamos falar um pouquinho hoje. Ou mostrar, pois uma imagem vale mais do que mil palavras.



Essa foto é de fevereiro de 2013, quando chegamos em Hamilton.

Aqui muitas pessoas costumam terminar o expediente de trabalho por volta das 17.00h, e isso se estende a maioria das lojas no centro comercial... e é fácil entender a razão... 07 de novembro - horário de verão - final de tarde maravilhoso... é hora de caminhar, correr, pedalar, subir rio acima de caiaque, enfim... vale qualquer atividade física ao ar livre...

Para nós, acostumados a um ritmo um pouco mais puxado, não é muito fácil desligar o computador às 17.00h, mas estamos tentando aprender ...

...hoje, por exemplo, às 17:15h estávamos em casa. Conversamos um pouco com os vizinhos (um casal de brasileiros - nossos anjos da guarda aqui na terra dos Kiwis, olha nossa sorte) e jantamos cedo. Após o jantar - hora de passear!

Fomos até a beira do rio Waikato, no Memorial Park, um dos muitos que existem na cidade (muitos deles ligados por passarelas/ciclovias).


Dá para ver ao fundo a Ponte de Hamilton East, que normalmente fica iluminada e colorida às sextas à noite.


Pena não termos nada para oferecer aos patos, bastante acostumados ao convívio humano. Há muitos pássaros diferentes por aqui... igualmente destemidos.
Final de tarde sentados na escadinha de madeira (quase dentro do rio), observando a correnteza, a vegetação nas margens do rio, pessoas remando, correndo, passeando, os patos aterrissando na água, às vezes brigando (sempre tem um chato que bota os outros para correrem ou nadarem...), e de repente... um baby duck...


...ah, aqui eles tem placa de transito avisando que ha patinhos por perto... e as vezes recebemos umas mensagens (isso no Instituto de Pesquisa) relembrando que estamos com patinhos no campus e que o cuidado deve ser redobrado!



Pois é . . . será que um dia teremos essa qualidade de vida no nosso país???

"Brasil / meu Brasil brasileiro / meu mulato inzoneiro / vou cantar-te nos meus versos!!!!!"

Abraços Kiwis,

Felipe & Lu