segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Earthships in New Zealand

Nossa proposta para a Nova Zelândia era a de vir para cá e aprimorar conhecimentos. A Lu veio fazer o pós-doc dela e eu vim estudar.

Dentre os estudos, alguns específicos e outros genéricos, apareceu o livro Natural Houses. Um dos capítulos falava das Earthships (http://earthship.com/http://en.wikipedia.org/wiki/Earthship), casas (construções) projetadas para serem radicalmente sustentáveis ("off the grid"), utilizando da melhor forma possível sistemas naturais para aquecimento e resfriamento do ambiente e da água, coleta e tratamento de água e sendo construídas com a maior quantidade possível de recursos recicláveis. Desenvolvidas por Michael Reynolds nos EUA, que iniciou seus estudos nos anos 70.

Ecoxiitas e Capitalxiitas à parte, os conceitos utilizados no projeto são muito interessantes e muitos deles tem aplicabilidade mesmo na nossa forma "convencional" de construir casas.

Procurando um pouco na internet, descobrimos que aqui perto de Hamilton já existe uma. Se não for a primeira e única da Nova Zelândia, é uma das. Definitivamente a primeira e única que foi inteiramente construída pela própria família - e que está sendo habitada por ela. Brian Gubbs foi muito gentil em nos receber uma tarde para mostrar como funciona sua casa, que também funciona como "bed and breakfast". Na verdade, a casa é o centro de uma área de preservação da mata que é cuidada por eles. Contou ainda um pouco da história deles e os motivos das suas escolhas.

E a casa realmente funciona, off the grid. Toda a água residual (pias, chuveiros) é tratada dentro do jardim que fica dentro da própria casa e ainda produz, no clima daqui, verduras, legumes e frutas (tinha uma bela bananeira dentro da casa). Ter uma casa, no frio do inverno, com um jardim vicejando e ainda colhendo comida é realmente ímpar. Mesmo com janelas de vidro simples, as paredes seguram e mantém uma boa parte do calor dentro da casa - muito melhor do que muita casa que vivemos no Brasil. As paredes, construídas com estrutura de terra batida dentro de pneus e em consequência disso (ou apenas aproveitando a desculpa) arredondadas nos cantos, são revestida com reboco à base de barro - o que confere uma sensação aconchegante ao mesmo tempo que acumula calor do sol. A água quente (um conceito diferente das Earthships) vem de uma mangueira (uns 120 metros, enrolada) que fica enterrada em um monte coberto de pedaços de madeira e árvore que se decompõem anaerobicamente gerando calor - suficiente para abastecer a casa com água quente por 10-11 meses do ano, até precisar ser trocado.

Mais informações no site deles - http://gubbsearthship.com/

No Brasil, pesquisando via Google, encontramos alguns poucos projetos em andamento (http://aventura.com.br/casaorganica/,). Maiores informações nos sites (http://www.projetoblog.com.br/2011/earthships/http://www.ciclovivo.com.br/noticia/brasil_recebe_arquiteto_que_projetou_a_primeira_casa_totalmente_sustentavel_do_mundohttp://agharta-ecologica.blogspot.co.nz/2013/01/vista-sul-leste-da-residencia-porta-de.html) e inclusive página no facebook (https://www.facebook.com/pages/Earthship-Brazil-Portal/216123698497231). Não sei se algum concluído.

Independente do "credo" de cada um, os conceitos que norteiam os projetos são muito interessantes - para não dizer essenciais. Não precisamos ser eco-xiitas, mas um pouco de consciência e sustentabilidade nas nossas ações não faz mal a ninguém !

Projetar uma casa melhor de forma a consumir menos água e energia e ao mesmo tempo ter maior conforto e menor impacto não é ser eco-xiita, é ser economicamente sustentável !

Abraços Kiwis de início de primavera com as flores do nosso jardim,



Felipe e Lucimara

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